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Blog do Presidente: Inovando para Educar & Educando para Inovar Por Rogério Melzi
Pessoal,
Escrevo hoje para falar sobre um tema que tem sido uma grande bandeira minha e de toda a Diretoria nesses últimos anos: a Inovação. Sabemos que muitas empresas falam em “Inovação” como um grande diferencial, mas poucas empresas efetivamente “vivem” esse conceito de modo que ele possa mesmo fazer a diferença na vida da organização e por consequência dos seus stakeholders. Aliás, eu fui educado no mundo dos negócios de tal modo a acreditar que empresas que não inovam tendem a morrer… claro que podem haver exceções, mas eu confesso que prefiro correr o risco de inovar do que de ficar para trás torcendo para que nossos competidores também decidam não ir adiante com mudanças profundas na sua maneira de trabalhar.

Antes de irmos adiante, entretanto, é importante termos 3 pontos cruciais em mente. O primeiro diz respeito à abrangência que é necessário obter para que uma empresa possa se apresentar como “inovadora”. De um modo geral, as pessoas tendem a ligar a prática da Inovação ao produto ou serviço foco da empresa – no nosso caso, ao processo de transmitir conhecimento. Porém, uma empresa verdadeiramente inovadora não se limita às fronteiras do seu produto ou serviço… Inova na maneira de atender, se de posicionar junto ao público, inova na sua infraestrutura, no seu jeito de se comunicar, inova no tratamento com os seus colaboradores, com as comunidades, inova com a sociedade de um modo geral… Pensem em empresas com tradição em inovação, e imaginem se uma empresa como o Google seria capaz de inovar tanto os seus produtos a ponto de desenhar um carro sem motorista, se não tivesse um ambiente altamente inovador desde a sua própria criação, e se não tivesse um escritório e hábitos de trabalho tão, por assim dizer, “convidativos” para a Inovação, para a ruptura com conceitos antigos.

O segundo “dogma” sobre a Inovação, a meu ver, tem a ver com a finalidade da inovação. Como o rótulo de “Empresa Inovadora” parece fazer bem aos negócios, muitas empresas decidem “inovar por inovar”, como se a Inovação fosse um fim em si mesmo. Embora isso até possa gerar algum efeito no curto prazo, a verdade é que no longo prazo só farão diferença mesmo as inovações que permitam abrir novos mercados, redefinir as regras do jogo atual, mudar significativamente a maneira como as pessoas (incluindo os clientes) interagem com a sua empresa, e agreguem valor aos seus produtos e serviços de um modo que o usuário sinta maior valor na sua experiência. Em outras palavras, é preciso inovar para resolver problemas atuais, para melhorar as conexões com a marca, ou então, pensando em ruptura, para gerar novas oportunidades de negócios em áreas ainda não exploradas… Por exemplo, até a Apple criar o Iphone, algo tão “essencial” hoje em dia, quem saberia dizer que precisávamos de um telefone com essas características? Reflitam um pouco e pensem se não é o mesmo racional para a invenção da máquina a vapor, do carro, da imprensa, do avião, do computador pessoal, da Internet, e do que vem pela frente…

Já o terceiro ponto referente à Inovação diz respeito à Cultura da empresa que pretende ser inovadora. Uma empresa que quer mesmo se repensar de modo contínuo precisa estabelecer, praticar, e cultuar, um ambiente onde não haja travas com relação ao passado e também ao presente, pois é justamente a paixão e fixação pelo que já temos que nos impede de enxergar o que ainda não temos. É por isso que muitas vezes as empresas mais inovadoras são jovens (startups, como se diz no jargão), pois elas sabem que se não pensarem diferente, não terão chances de competir com os atuais incumbentes. Imaginem só se o pessoal do Uber limitasse o seu pensamento a abrir uma cooperativa de táxi… será que eles seriam capazes de causar tamanha revolução? (Favor notar que não estou fazendo juízo do Uber aqui, apenas citando um exemplo de inovação disruptiva).

O problema é que não é nem um pouco simples implementar uma cultura inovadora em uma empresa… leva anos, e não basta um CEO (Presidente) um dia acordar com uma enorme vontade de ganhar o título de “Empresa mais inovadora do ano” para anexar ao seu currículo. É preciso acreditar, para então gerar as condições necessárias à criação de tal ambiente, por anos a fio. Não se pode ceder às crises ou às prioridades e emergências da vez, pois de um modo geral Inovação pode ser visto como algo supérfluo e, portanto, é passível de sacrifício na hora das contenções de orçamento. Não se pode punir o erro, pois bem sabem os inovadores que os erros são parte do processo… nem se pode deixar a empresa se acostumar ao modo que se opera HOJE, pois enquanto nos jactamos das nossas conquistas, pode existir uma pequena startup do outro lado do mundo que está pensando em alguma ruptura… basta perguntar para as grandes gravadoras da década de 1990 se elas estavam prontas para o Napster (o Uber dos LPs e CDs de então). Aliás, a reação naquela época foi muito similar à de hoje com o Uber… o Napster foi proibido, mas eis que 15 anos depois as gerações mais jovens só querem saber do Netflix, do Spotify, e da Apple Music, e os nossos antigos LPs hoje ou estão nas mãos de colecionadores ou viraram objeto de decoração “retrô”.

Uma boa notícia é que a nossa Estácio tem a Inovação no seu DNA desde os tempos mais remotos. Nossos colegas mais antigos não cansam de dizer como era o comportamento do nosso fundador Dr. João Uchoa quando o assunto era criar algo novo, fosse um curso para um público que não era atendido, fosse um programa de tecnólogos para quem não queria esperar o tempo de um bacharelado, fosse um turno novo que se iniciava em um horário nunca antes explorado no Ensino Superior, mas que atendia o público que trabalhava em horário alternativo. Mais adiante na nossa jornada, os tempos com a GP como sócia foram marcados por inovações ligadas ao nosso produto, tendo como “carro-chefe” a criação do nosso Modelo Acadêmico e a adoção do material didático e posteriormente do tablet. Ao mesmo tempo, todos os nossos processos foram revistos com a criação da CSC (Central de Serviços Compartilhados), que nos forçou a rever o nosso modo de trabalhar em todas as frentes. Ali também nessa época demos os primeiros passos para inovar na maneira como tratamos os nossos alunos, adotando práticas como por exemplo o atendimento agendado e posteriormente o Sistema de Qualidade Estácio.

Foi nesse contexto que, após a preparação do nosso Planejamento Estratégico em 2012, que culminou com a nossa Visão 2020, restou claro que a Estácio quer mesmo ser reconhecida como uma Instituição Inovadora. Por isso, nós temos nos esforçado bastante para (1) institucionalizar a Inovação, ou seja, torna-la algo mais difundido, praticado, e acompanhado com Indicadores e sistemas de reconhecimento, e (2) ampliar os nossos esforços na direção de inovar de um modo bastante abrangente, indo além, muito além do nosso produto/serviço principal. Não fazemos isso por acaso… não se trata de “inovar por inovar”… fazemos isso porque acreditamos que nos próximos anos o nosso setor de Educação, que até aqui foi relativamente imune às mudanças que transformaram o mundo, inevitavelmente (e felizmente) vai passar por um período de intensa evolução. Pense por exemplo em como mudou a maneira que ouvimos música… ou assistimos a filmes… ou interagimos com o nosso banco… ou tomamos conhecimento das notícias… tudo mudou muito, mas ainda seguimos fazendo Educação de modo muito similar ao que nossos antepassados fizeram, não é mesmo?

De lá para cá, temos investido muito para a criação – ou melhor, para a maximização – de uma cultura de inovação na Estácio, para a qual eu quero chamar a atenção de vocês. Creio que o ativo mais tangível desse processo é o nosso Espaço NAVE, que fica no 5º andar do nosso prédio na Av. Venezuela, e que ficou com uma carinha de “mini-Google” que nos enche de orgulho. Ali estabelecemos o nosso QG para a Inovação, sob a liderança da Lindália (ligada ao Marcos Lemos), e com a missão de espalhar pela Estácio essa ideia de que inovar é preciso. Aos poucos começam a aparecer ali equipamentos que mais parecem coisa de ficção… O Tellion (nossa TV touch), o Nexxa (nosso óculos para realidade ampliada), o Leitor Estácio (com a tecnologia “Bring your own device”), os “games” que turbinam o processo de aprendizagem dos nossos alunos, e por aí afora. Em paralelo a isso, nossa área de Ensino segue firme com o Projeto Ensino 2020, que já coloca em funcionamento o SAVA (Sala Virtual de Aprendizagem), um novo portal através do qual o aluno gerencia praticamente toda a sua vida acadêmica. Nosso EAD vem cheio de ideias como por exemplo o “Experimente seu Sonho” (uma “degustação” dos nossos cursos para candidatos).

Falamos também em Central de Relacionamento, Hospitalidade, Atendimento via “mobile”, desenvolvimento de “Apps” e “Games” Estácio… É uma lista enorme, mas acho que já deu para explicar que temos inúmeras frentes em desenvolvimento, com um espírito inovador, empreendedor, e pioneiro, que sempre caracterizou a Estácio – mas que agora parece mais presente do que nunca.

Para completar esse nosso ciclo, quero falar um pouco para vocês sobre os nossos ciclos de “startups” que vem ocorrendo na Espaço Nave. Recentemente vi uma frase muito feliz criada e utilizada pela nossa equipe em uma comunicação institucional, que capturou o momento com perfeição. Dizia o texto: “Aqui na Estácio a gente inova para educar, e a gente educa para inovar”… perfeito, preciso, muito feliz mesmo… Na prática, a frase faz uma alusão ao nosso esforço para implementar também no nosso Corpo Discente os conceitos ligados ao Empreendedorismo, um valor tão importante para o desenvolvimento de qualquer Nação, mas tão dificultado no Brasil pelas infindáveis e complexas regras que caracterizam a nossa burocracia. Entre as várias iniciativas que vem tomando corpo, a mais visível é o programa de Pré-Aceleração dessas Startups que vem ocorrendo na NAVE, onde nesse momento aproximadamente 30 (trinta mesmo) empresas vem tomando forma sob a tutela da nossa equipe e de uma série de mentores externos.

Não quero usar o espaço aqui para descrever a iniciativa no detalhe, até porque temos bastante informação a respeito nas nossas fontes de comunicação interna. O que eu queria mesmo é chamar a atenção de vocês para essa força que vem ocupando muito lugar no mundo… A força da Inovação, e como isso já vem sendo trabalhado aqui na Estácio. Resta pedir a todos vocês para que entrem nessa onda, não apenas abrindo a cabeça para fazer uso de toda essa inovação, mas também para nos ajudar a criar cada vez mais esse ambiente onde a cada dia que passa, nós podemos pensar em uma maneira melhor, mais eficiente, e mais “descolada”, por assim dizer, de buscar o atingimento da nossa missão de EDUCAR PARA TRANSFORMAR… Afinal, como sempre lembra a Lindália, dizia o grande mestre Peter Drucker que “a melhor maneira de prever o futuro é cria-lo”.

VAMOS ESTÁCIO!!!!